OS JACINTOS MORREM DE AMOR
Sinto o toque luminoso
De tuas mãos em mim
Mãos solares
Atiçando o teu fulgor
Incorruptível dentro do meu ser
E a brisa traiçoeira de Zéfiro
Profanando a doçura
Do meu corpo nu
Dedos frios e evanescentes
Como as sombras do passado
E um gosto amargo
Sanguinolento
Invade minha alma
Meus lábios emudecidos
Clamam por ti
Apolo!
Apolo!
Uma flor desaba morta
No seio da terra virgem
Mas a brisa cessa
E os teus lábios fúlgidos
Encontra-se com os meus
Ainda desfalecidos
Beijo heliocêntrico
Com fulgor de mil sóis
Explodem no céu da minha boca
Estou vivo!
No aconchego dos braços de Apolo
E a sua lira soa em elegia
Em um doce louvor
É o amor
O amor de um Sol
Refletido numa flor
Eternamente
Jacinto.
Autoria: Edhie Laureano Pires II -
daimmondhir (21/02/2008)
Imagem: Apollo Teaching Hyacinth to
Play Lyra by Louis de Boullogne the Younger - 1688.

