É MORTO ANTINOUS – UM LÓTUS AINDA FLORIDO
Edhie Laureano Pires II
(11/05/2013)
Seabra-Ba
(11/05/2013)
Seabra-Ba
Nem mesmo um último adeus
Eu pude ouvir dos teus róseos lábios
Agora pálidos pelo horror da morte
Que deita gélidos sobre o meu corpo nu.
Eu pude ouvir dos teus róseos lábios
Agora pálidos pelo horror da morte
Que deita gélidos sobre o meu corpo nu.
Minhas palavras emudecem
Ao te ver aqui entre os meus braços heliocêntricos
É morto Antinous para sempre
Meu pequeno príncipe mundano.
Ao te ver aqui entre os meus braços heliocêntricos
É morto Antinous para sempre
Meu pequeno príncipe mundano.
E nem mesmo os meus poderes divinos
Serão capazes de resgatá-lo do Hades
Tu aqui, frio no meu peito solar
Faz-me derramar um mar de lágrimas flamejantes.
Serão capazes de resgatá-lo do Hades
Tu aqui, frio no meu peito solar
Faz-me derramar um mar de lágrimas flamejantes.
Meu doce Antinous
Dormindo o sono dos imortais
Aqui agora sobre o meu peito hadriânico
Não há dor maior do que a da tua perda precoce.
Dormindo o sono dos imortais
Aqui agora sobre o meu peito hadriânico
Não há dor maior do que a da tua perda precoce.
Meu doce menino
A quem mais eu amei
Nunca ouve ninguém, além de tu
Que dominasse a divindade do meu coração.
A quem mais eu amei
Nunca ouve ninguém, além de tu
Que dominasse a divindade do meu coração.
Aqui, agora ao teu lado
Tu aí, fúnebre e inerte
Afogado nas águas do Nilo
Jaz moribundo sobre as areias do deserto.
Tu aí, fúnebre e inerte
Afogado nas águas do Nilo
Jaz moribundo sobre as areias do deserto.
E o meu coração se desespera
Ao ver o teu riso pueril, agora silenciado
Para nunca mais ecoar
Pelos labirintos do meu ouvido.
Ao ver o teu riso pueril, agora silenciado
Para nunca mais ecoar
Pelos labirintos do meu ouvido.
Num último lamento antes da tua partida
Imortalizo-te em flor
Agora uma flor Antinous
Do lótus, serei eu, eternamente devotado.
Imortalizo-te em flor
Agora uma flor Antinous
Do lótus, serei eu, eternamente devotado.
Edhie Laureano Pires II
(11/05/2013)
Seabra-Ba
(11/05/2013)
Seabra-Ba
OBS: Poesia inicialmente dedicada à Jacinto e Apolo, mas intencionalmente alterada pelo poeta para dedicar à Antinous - Deus da sua devoção.
Imagem: Bustos do Imperador Adriano e do seu Amante Deificado Antinous (Imagem retirada da internet).

