FLORES MÁRTIRES
Tu dormes
Um sono de acalento
Embalado pelo som emudecido
De uma lira virgem
Tocando melancolicamente
Na relva do Olimpo.
Um deus em trânsito
Deita nu e solitário
Sobre um mar de Jacintos floridos
Rubros e sanguinolentos
Desfalecidos de amor
Exalando seus últimos feromônios.
Olores evanescentes
Enlaçando-se pueris
No calor solar
Do corpo de Apolo
Em frenesi
Invicto lá no alto do firmamento.
Dorme
Doce menino
Deus Antinous
Flor Jacinto
Refletindo Narcisos
Na bruma do amanhecer.
E as minhas notas fugitivas
Ainda seguem os contornos
Da tua beleza imortalizada
Flor
Mais uma
Em Antinous
Um Lótus.
Edivaldo Laureano Pires Filho - Seabra-Ba - (02/08/2013)
Imagem: "Antinous Self" by Edhie Laureano Pires Filho 2016
